A pós-graduanda Karine Bianca Nascimento, orientada pelo Prof. Alvaro Migotto do CEBIMar/USP, ganhou o primeiro lugar na categoria "Imagens produzidas por instrumentos especiais (Ópticos, Eletromagnéticos e Eletrônicos)" da oitava edição do Prêmio de Fotografia - Ciência & Arte do CNPq.

A imagem, intitulada pela autora da foto como “Briozoários: esculturas oceânicas em miniatura”, mostra parte de uma colônia de briozoários fotografada com o auxílio de um microscópio eletrônico de varredura, equipamento que produz imagens com considerável profundidade de campo.

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Os briozoários, são animais marinhos que geralmente vivem fixados ao substrato e são facilmente confundidos com algas ou corais. Na foto, a espécie Beania pulchella é vista com um aumento de 50 vezes. Esta espécie, raramente encontrada, só havia sido registrada duas vezes, uma em 1929 e uma em 1943, em pequenas ilhas ao norte da Nova Zelândia, e imagens como esta não haviam sido apresentadas para a comunidade científica até então! A colônia é arranjada por indivíduos (as estruturas verticais alongadas na foto) que se mantêm unidos entre si por conexões tubulares (não visíveis) por onde trocam nutrientes. Os espinhos protegem as partes moles e delicadas de cada indivíduo contra predadores. Alguns destes possuem um “capuz”, uma estrutura na qual as larvas são incubadas antes de estarem prontas para saírem nadando em mar aberto, onde, em tempo apropriado, encontrarão um substrato para se fixar e dar origem a uma nova colônia. Durante o período de incubação, as larvas recebem alimento do “indivíduo-mãe”, em um sistema parecido com o placentário encontrado nos mamíferos!

A imagem foi feita em 2016 no National Institute of Water and Atmospheric Research, um instituto de pesquisa na Nova Zelândia, durante um período em que a pesquisadora estudou a coleção científica de briozoários de lá.

“O que me alegra, além de ganhar o prêmio em si (claro!), é ver a imagem de animais que eu venho trabalhando há anos ser divulgada para a comunidade não científica. Esse é um grupo geralmente pouco conhecido até mesmo para biólogos e imagens como estas ficam restritas a pesquisadores que trabalham com estes organismos!”, explica a pesquisadora.

Karine vem participando e desenvolvendo pesquisas com briozoários no Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo desde 2011. Agora está finalizando seu doutorado, no qual está redescrevendo espécies que haviam sido pouco estudadas e descrevendo espécies ainda não conhecidas para a ciência, principalmente com o auxílio de equipamentos que a permitem fazer imagens como esta e ver detalhes nunca antes observados.