De olho na invasão

A introdução de espécies exóticas é considerada uma das principais ameaças à biodiversidade, com potencial de causar uma série de impactos negativos em populações nativas. Duas espécies de corais do gênero Tubastraea (T. coccinea e T. tagusensis), popularmente conhecidos como coral-sol, foram introduzidas na costa brasileira por volta da década de 1980 e, atualmente, se distribuem ao longo de mais de 3800 km, competindo com espécies nativas e endêmicas.

 Invasão do coral-sol em um costão rochoso da Ilha dos Búzios, litoral norte do Estado de São Paulo.

Invasão do coral-sol em um costão rochoso da Ilha dos Búzios, litoral norte do Estado de São Paulo. 

Simbiose coral / alga e a formação dos recifes de corais de águas rasas

Devido a mudanças climáticas globais, os principais arquitetos dos recifes de corais vêm sofrendo com branqueamento, doenças e sobrepesca. Assim, diversos esforços vêm sendo dedicados para melhor entendermos estes ecossistemas megadiversos. Uma das principais lacunas no conhecimento dos recifes coralíneos, mais especificadamente sobre a evolução dos mesmos, é a relação de simbiose entre os corais (hospedeiros) e algas unicelulares (dinoflagelados), que atualmente é tema de grande debate devido aos extensos registros de branqueamento nos principais recifes do mundo.

Pesquisa utiliza técnicas de filmagem em alta velocidade para revelar detalhes da natação e alimentação de uma espécie de água-viva

Uma pesquisa recente demonstrou como Lychnorhiza lucerna, uma das espécies de águas-vivas mais abundantes da costa brasileira, desenvolve e passa por uma série de mudanças em seus mecanismos de natação e alimentação. O trabalho foi realizado no Instituto de Biociências e no Centro de Biologia Marinha, ambos da USP, em parceria com pesquisadores norte-americanos do Marine Biological Laboratory. Foi utilizada uma câmera de alta velocidade, capaz de captar até mil quadros por segundo, para registrar o comportamento desses animais. Desse modo, movimentos que ocorrem no intervalo de um piscar de olhos foram "desacelerados", possibilitando a compreensão da mecânica e da dinâmica do funcionamento das estruturas corporais desses animais. (1)

Projeto pretende aliar turismo com transmissão de conhecimento sobre geologia

Imagine passear pelo litoral norte do estado de São Paulo, vislumbrando praias paradisíacas cercadas por serras cobertas com a viçosa mata atlântica, enquanto aprende-se sobre a história geológica da região. É isso que pretende proporcionar o projeto "Roteiro Geoturístico do Litoral Norte de São Paulo" a quem estiver nos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.

Sequências de DNA corroboram conclusões da metade século 19: o caso dos briozoários do gênero Bugula

As cerca de 90 espécies do gênero Bugula representam alguns dos briozoários mais conhecidos pela ciência e público em geral, sendo encontradas no mundo inteiro. Grande parte da familiaridade do público com estes animais se deve ao complexo de espécies Bugula neritina, formado por três linhagens morfologicamente muito semelhantes e quase indistinguíveis, mas que podem ser detectadas geneticamente. O que tornou esta espécie tão conhecida é que uma das linhagens abriga bactérias que produzem uma classe de substâncias que têm potencial anticancerígeno e para tratamento da doença de Alzheimer. Pesquisadores ligados ao CEBIMar investigaram a validade das características morfológicas usadas para definir o gênero Bugula, em um estudo publicado na revista Zoologica Scripta em fevereiro de 2015. Após as análises evolutivas, eles puderam determinar que o gênero, tal como proposto originalmente em 1815, englobava quatro gêneros: Bugula sensu stricto, Bugulina, Crisularia e um gênero novo, que eles denominaram de Virididentula.