Artigos de divulgação e educação científica
O fitoplâncton e as trocas gasosas entre o oceano e a atmosfera no Atlântico Sul
- Escrito por Andréa Carvalho e Áurea Ciotti
O dióxido de carbono (CO2) é um gás presente na atmosfera e colabora com o efeito estufa, que aquece nosso planeta, tornando-o um lugar com temperaturas favoráveis à manutenção da vida. O desenvolvimento humano tem gerado maiores concentrações desse gás na atmosfera, que agora são relacionadas ao aquecimento excessivo da Terra, trazendo consequências prejudiciais para os ecossistemas e organismos que neles habitam. Os oceanos podem absorver boa parte deste gás, já que é um dos ingredientes para a fotossíntese do fitoplâncton. Porém, os oceanos são bastante heterogêneos, tanto em temperatura e salinidade, que afetam a fotossíntese, como em espécies de fitoplâncton. Assim, é importante estudar a relação entre as características de um ambiente marinho e os diferentes organismos do fitoplâncton e sua capacidade de absorver o CO2 atmosférico, principalmente nas regiões costeiras, onde esse conhecimento é carente.
Impactos da pesca ilegal em tempos de pandemia
- Escrito por Juan Pablo Quimbayo
A pesca ilegal representa um dos maiores problemas mundiais ao ameaçar a segurança alimentar, a conservação de organismos marinhos e gerar a perda de milhões de dólares por ano. Apesar dos impactos negativos desta atividade, pouco se conhece sobre seus verdadeiros impactos na biodiversidade, em parte devido à falta de dados disponíveis.
No intento de controlar ações ilegais e reduzir seus efeitos negativos, entidades governamentais têm criado unidades de conservação integral e programas de monitoramento e fiscalização. Infelizmente, menos de 10% das unidades de conservação são efetivas no controle da pesca ilegal, em parte devido à falta de financiamento e pessoal capacitado para realizar fiscalização. O problema foi agravado durante a pandemia de COVID-19, quando oficiais, turistas e pesquisadores reduziram suas atividades em unidades de conservação devido às normas de distanciamento social sugeridas pela organização mundial da saúde.
A biodiversidade de peixes da APA Baía das Tartarugas
- Escrito por Guilherme L. da Cruz e Hudson T. Pinheiro
Pesquisadores do CEBIMar-USP, da UFES e do NUPEM/UFRJ publicaram a primeira lista de espécies de peixes da APA Baía das Tartarugas e suas adjacências.
A Baía das Tartarugas está localizada em Vitória-ES, e recebe esse nome devido à grande quantidade de juvenis de Tartaruga-verde (Chelonia mydas) que aparecem por lá. A APA possui uma grande diversidade de ambientes, como estuários, recifes rochosos, praias arenosas e poças de maré. Além disso, a área está localizada no meio de uma região de transição biogeográfica, formando um ecótono de espécies marinhas do norte e do sul do país.
PANAMEX: um experimento continental sobre a predação em ecossistemas marinhos
- Escrito por Augusto A.V. Flores
A noção de que a taxa de predação em ambientes marinhos costeiros aumenta em direção aos trópicos já é conhecida há décadas, mas os efeitos desse consumo incremental na estrutura das comunidades ainda são pouco conhecidos.
Publicado na semana passada, o estudo experimental de Ashton e colaboradores (Science, 376: 1215–1219), realizado em 36 locais distribuídos ao longo de 115o de latitude em ambas as costas das Américas, mostra que os efeitos da predação, diminuindo a biomassa e alterando a composição de espécies, aumentam exponencialmente de regiões temperadas frias a regiões tropicais. Essa tendência é melhor explicada pela variação da temperatura média dos locais de estudo. Em um cenário de aquecimento global, o estudo conclui que os efeitos de consumo (processos de regulação descendente) podem tornar-se cada vez mais importantes no controle da dinâmica das comunidades marinhas.
A influência da acessibilidade humana na conservação de áreas recifais
- Escrito por Kissila F. Sperdutti e Hudson T. Pinheiro
Pesquisadores analisam diferentes níveis de restrição do acesso humano em áreas de conservação de recifes de coral.
Desde 1983, o Arquipélago de Abrolhos faz parte de um Parque Nacional Marinho, uma Área Marinha Protegida (AMP) que restringe a pesca e regula atividades de turismo. Este santuário marinho abriga um dos recifes de coral mais biodiversos do Atlântico Sul, e cuida para que que as atividades humanas não afetem negativamente as comunidades de peixes recifais e a cobertura bentônica local.
Para analisar a eficácia do método de conservação das AMPs e seus diferentes níveis de restrição de acesso nas ilhas (1), foi formada uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo e do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo, com ampla experiência em ecologia marinha - principalmente de peixes recifais. Foram necessárias quatro expedições que contaram com muitas parcerias e colaborações locais e internacionais.
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