Aurelia cebimarensis e outras medusas-da-lua: como identificamos espécies sem diferenças morfológicas?

Aurelia

Conhecidas como medusas-da-lua, as espécies do gênero Aurelia estão entre as mais populares águas-vivas. Apesar de não serem as mais comuns no Brasil, são cultivadas em aquários ao redor do mundo e aparecem como exemplo clássico de água-viva em livros didáticos. Também estão entre as medusas mais estudadas por diversas áreas da ciência, frequentemente aparecendo na mídia internacional porque podem formar grandes agregados populacionais (conhecidos como blooms), que no caso das medusas-da-lua acontecem principalmente em regiões mais frias.

Desde o século 19, taxonomistas (cientistas que se dedicam não só a dar nomes às espécies, mas também a estudar as relações evolutivas entre elas) têm dificuldade em separar as supostas espécies de Aurelia, sobretudo pela similaridade entre algumas delas. Tradicionalmente, as espécies de organismos são descritas com base em caracteres físicos, e para isso, é necessário identificar uma ou mais características, como coloração, tamanho e formato do corpo e de suas estruturas, tanto macro como microscópicas, que ocorrem somente em uma determinada espécie e que, portanto, a diferenciam das demais. Em muitos casos, descobrir essas diferenças com base nesses caracteres ditos morfológicos é bem mais complicado do que parece.

Contendo a invasão: a eficácia do manejo dos corais-sol no Arquipélago dos Alcatrazes

Remoção manual do coral sol

Tubastraea coccinea e T. tagusensis são espécies de corais nativas do Indo-Pacífico que invadiram o Atlântico incrustadas em estruturas artificiais. Atualmente, ambas representam grande ameaça à biodiversidade e aos ecossistemas marinhos das regiões invadidas, já sendo registradas em mais de 3.500 km ao longo da costa brasileira, incluindo substratos naturais e artificiais, como plataformas de petróleo e gás, monobóias e naufrágios.

Nenhuma defesa é 100% eficaz: micropredação do nudibrânquio Spurilla braziliana pela aranha-do-mar Pigrogromitus timsanus

Spurilla braziliana

Os nudibrânquios, popularmente conhecidos como lesmas marinhas, são moluscos gastrópodes sem concha quando adultos. A ausência da concha pode dar a impressão de que são animais frágeis e desprotegidos, quando na verdade possuem um variado e eficiente arsenal contra predadores: defesas químicas; coloração de advertência; mimetismo; incorporação e utilização de estruturas e toxinas das presas para a sua própria proteção, entre outros. Ao que tudo indica, essas estratégias são bastante eficientes, uma vez que os nudibrânquios são raramente predados. Porém, mesmo sendo poucos, os predadores existem, como alguns crustáceos, outros gastrópodes e picnogônidos – popularmente conhecidos como “aranhas-do-mar”.

Uma nova metodologia de baixo custo para caracterização da biodiversidade em ecossistemas recifais rasos e fundos

Banco de esponjas aos 50 metros de profundidade

Estudo caracteriza áreas profundas pouco conhecidas da costa da Paraíba e enfatiza a importância de trabalhos dessa natureza para o entendimento das comunidades recifais ao longo da plataforma brasileira.

Estudos sobre ecologia de ecossistemas recifais são geralmente realizados em profundidades rasas (< 30m) fazendo com que ambientes mais profundos (chamados recifes mesofóticos) sejam muitas vezes desconhecidos. Isso ocorre pelas dificuldades logísticas e financeiras, uma vez que para acessar tais profundidades se faz necessário a utilização de submersíveis remotos ou mergulhos técnicos. Assim, pesquisadores da UFPB e USP desenvolveram um sistema de filmagem de baixo custo que permite a coleta de dados sobre comunidades recifais em áreas rasas e mesofóticas.

A doença do coral sol: um vislumbre de esperança em um dos maiores casos de bioinvasão marinha já documentado

O popular coral-sol representa duas espécies de corais, Tubastraea tagusensis e Tubastraea coccinea. Esta dupla, que nem brasileira é (são nativos do Indo-Pacífico), tem sido um grande problema para a biodiversidade marinha brasileira desde a década de 1980. Ao invadir ambientes naturais, estas espécies têm gerado diversos impactos ecossistêmicos muitos dos quais ainda pouco compreendidos. Além de não terem sido convidados, eles crescem muito rápido e se reproduzem muito cedo. Não têm inimigos ou competidores nativos. Tudo isso, somado a uma elevada capacidade regenerativa, faz desses corais genuínos “duros na queda”.