Pesquisador do CEBIMar-USP divulga seu trabalho sobre a evolução dos corais em evento científico no Havaí

Pouco mais de 13 mil quilômetros e 20 horas de viagem separam o Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar) do Instituto de Biologia Marinha da Universidade do Havaí (HIMB, na sigla em inglês). Estas vastidões de espaço e tempo foram vencidas no último mês de junho pelo pós-doutorando do CEBIMar Marcelo V. Kitahara, para participar de um tradicional encontro científico que envolve profissionais e estudantes do mundo todo em discussões sobre um tema específico de Biologia Marinha.

Projeto tenta reproduzir garoupas em cativeiro com vistas à piscicultura e conservação da espécie

Quem ouvir de pescadores tradicionais do Litoral Norte de São Paulo sobre a pesca da garoupa, provavelmente saberá sobre a abundância destes peixes e a constância com que eram fisgados num passado nem tão remoto. Sua carne saborosa, vendida em pratos por vezes requintados nos restaurantes da região, foi determinante para o aumento excessivo do número de indivíduos capturados ao longo dos anos, mais do que as populações puderam repor.

Vida escondida

Publicado originalmente em: O Telescópio, n. 17, fev/mar 2008.

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Organismos marinhos


Golfinhos, baleias, tubarões e tartarugas são os primeiros seres que vêm à cabeça quando pensamos na vida marinha. Polvos, caranguejos e peixes multicoloridos, como aqueles que aparecem em documentários sobre recifes de corais, completam o conhecimento da maioria das pessoas sobre os organismos marinhos. Entretanto, a maior parte da vida marinha não é formada por animais de grande porte, como peixes e baleias, mas por organismos praticamente invisíveis a olho nu. Estes seres minúsculos incluem bactérias, microalgas, protozoários e muitos animais, como pequenas águas-vivas e crustáceos. São encontrados em praticamente todos os ambientes marinhos, e vivem agarrados às rochas, entre os grãos de areia, ou nadando livremente na água.

 

 

As praias arenosas

Uma praia arenosa comumente evoca a imagem de um deserto, uma vez que suas areias parecem destituídas de vida. As chamadas praias bravas, ou de tombo, podem realmente fazer juz a esta imagem, pois o forte embate das ondas constantemente movimenta grandes quantidades de areia, modificando o perfil da praia e impedindo que muitas espécies aí se estabeleçam.Por outro lado, as praias mansas ou duras, com seu declive muito suave, que permite realizar longos percursos mar adentro sem perder o pé, abrigam uma fauna abundante e variada. Esta comunidade passa desapercebida da maioria das pessoas devido ao fato de seus componentes encontrarem-se tipicamente ocultos na areia ou expostos ao ar apenas durante os períodos de baixamar. Representantes da maioria dos grupos de animais marinhos podem aí ser encontrados, porém as plantas macroscópicas estão praticamente ausentes, sendo os vegetais representados apenas por diversas categorias de algas microscópicas. 

O manguezal e a sua fauna

As florestas de mangue já atraíram a atenção dos antigos biólogos por serem florestas que crescem nas águas rasas do mar. Devido a várias propriedades de estrutura e funcionamento, este ecossistema ocupou as áreas costeiras protegidas dos oceanos e mares tropicais. Tipicamente, o manguezal se encontra na zona entre marés.