Uma bolacha para dois: o papel das bolachas-do-mar na vida amorosa dos caranguejos-ervilha

Em ambientes marinhos, algumas populações de organismos se distribuem de forma desigual, ocupando habitats fragmentados conhecidos como manchas de habitat. Estes locais oferecem recursos essenciais, como comida e abrigo, levando os indivíduos a se agruparem e formarem populações locais. Em uma escala maior, essas populações mantêm uma estrutura consistente ao longo do tempo, graças à dispersão de indivíduos que possibilitam a conexão entre as diversas manchas habitadas. A conexão entre as manchas pode diminuir a competição entre os indivíduos de manchas mais populosas e prevenir que a densidade populacional caia a níveis críticos em populações periféricas.

Fitoplâncton: os super-heróis dos mares

Fotografias de alguns seres do fitoplâncton presentes no canal de São Sebastião

“Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Essa é uma frase bem conhecida do mundo dos super-heróis e, cá entre nós, um conselho de vida para lá de bom. Ao ter contato com histórias como as que incorporam essa frase, hoje globalizadas e finalmente inclusivas, somos transportados para uma dimensão na qual imaginamos que todos nós somos capazes de ações heroicas que podem mudar o mundo.

Os oceanos do nosso planeta estão povoados de super-heróis, que apesar de serem difíceis de ver, por serem microscópicos, têm enormes poderes e responsabilidades. O plâncton é uma comunidade de organismos muito diversa, e utilizando o poder da fotossíntese, uma parte deles - o fitoplâncton - se torna responsável por manter vivos os outros seres do oceano. Dizemos que organismos que fazem fotossíntese (autotróficos) formam a base da cadeia alimentar, o que significa que são utilizados como alimento por aqueles que não têm esse poder (heterotróficos). Como os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra, a responsabilidade é grande. Além disso, acúmulos de plâncton acontecem frequentemente (as chamadas florações de microalgas), acarretando impactos ecológicos e econômicos por vezes significativos.

Estudo analisa projetos de monitoramento dos ecossistemas marinhos e costeiros brasileiros

Projetos  de monitoramento dos ecossistemas marinhos e costeiros brasileiros tem bom índice de produção científica

Questões ecológicas importantes como a compreensão de grandes mudanças na composição dos ecossistemas dependem de monitoramentos em longo prazo. Até 2030, estaremos na Década do Oceano. E como anda nosso entendimento sobre as mudanças em nossos ambientes costeiros e marinhos?

Ainda não temos todas as respostas. Para começarmos a entender grandes processos, precisamos saber como estes ecossistemas têm sido estudados. Muitos pesquisadores têm acompanhado os habitats costeiros e marinhos ao longo da costa brasileira, mas em 2019 foi a primeira vez que houve uma reunião para avaliar o estado atual dos monitoramentos destes ecossistemas.

Natureza como Inspiração: A surpreendente eficiência da natação das medusas

Estudos sobre a mecânica da natação de águas-vivas (medusas) têm revelado informações importantes sobre a propulsão animal e servido de inspiração para engenheiros na construção de robôs aquáticos que mimetizam esses mecanismos. Em experimentos utilizando câmeras capazes de filmar em “super câmera lenta”, foram analisados padrões de natação de espécies de águas-vivas provenientes de diversas regiões do mundo, algumas delas registradas pela primeira vez (Fig. 1).

O fitoplâncton e as trocas gasosas entre o oceano e a atmosfera no Atlântico Sul

Variação dos fluxos de CO2 entre o oceano e a atmosfera na região costeira ocidental do oceano Atlântico Sul

O dióxido de carbono (CO2) é um gás presente na atmosfera e colabora com o efeito estufa, que aquece nosso planeta, tornando-o um lugar com temperaturas favoráveis à manutenção da vida. O desenvolvimento humano tem gerado maiores concentrações desse gás na atmosfera, que agora são relacionadas ao aquecimento excessivo da Terra, trazendo consequências prejudiciais para os ecossistemas e organismos que neles habitam. Os oceanos podem absorver boa parte deste gás, já que é um dos ingredientes para a fotossíntese do fitoplâncton. Porém, os oceanos são bastante heterogêneos, tanto em temperatura e salinidade, que afetam a fotossíntese, como em espécies de fitoplâncton. Assim, é importante estudar a relação entre as características de um ambiente marinho e os diferentes organismos do fitoplâncton e sua capacidade de absorver o CO2 atmosférico, principalmente nas regiões costeiras, onde esse conhecimento é carente.