Conheça o PACE: novo satélite auxiliará nos estudos sobre as mudanças climáticas no oceano

Mudanças climáticas, satélites e as cores do oceano

Nos últimos anos, temos vivenciado e acompanhado relatos sobre as mudanças climáticas em decorrência do aquecimento do planeta. Eventos de inundações, secas, deslizamentos de terra, queimadas e ondas de calor, por exemplo, têm se tornado cada vez mais frequentes e intensos. Embora seja mais fácil notarmos essas mudanças em terra, onde vivemos, o oceano, que cobre cerca de 70% da superfície do nosso planeta, também está sendo afetado. Em decorrência das mudanças climáticas, atualmente é possível detectar uma crescente elevação do nível do mar, alterações na circulação oceânica, aumentos na temperatura do oceano e acidificação de suas águas. Em especial, estima-se que o oceano armazene cerca de 90% do calor retido na Terra devido ao excesso de gases do efeito estufa! Essa realidade traz grandes desafios para a humanidade devido ao papel fundamental do oceano na provisão de alimentos e matérias-primas, no comércio marítimo e na regulação do clima.

Arquipélago de Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo, é vencedor de prêmio e se junta à rede global Hope Spot

Mission Blue Hope Spot

Localizado próximo à costa de São Paulo, o Arquipélago dos Alcatrazes é um santuário de vida, tanto acima quanto abaixo das águas. Suas águas abrigam vastos jardins de corais que se estendem sobre costas rochosas. O arquipélago é protegido por duas áreas marinhas protegidas (AMPs) onde a pesca é proibida, salvaguardando mais de 1.300 espécies marinhas e terrestres, das quais 20 são endêmicas.

Atividade educativa realizada em escola municipal de São Sebastião/SP pelo CEBIMar/USP e ICMBio/Alcatrazes aborda a problemática das invasões biológicas marinhas

Atividade educativa realizada em escola municipal de São Sebastião/SP pelo CEBIMar/USP e ICMBio/Alcatrazes aborda a problemática das invasões biológicas marinhas

É comum o CEBIMar/USP receber escolas durante o ano letivo para realizar visitas monitoradas sobre os organismos e ambientes marinhos, além do público geral durante os meses das férias escolares. Entretanto, no mês de abril, foi a escola E.M. Prof Maria Francisca Santana de Moura Tavolaro, localizada no bairro Pontal da Cruz, no município de São Sebastião/SP, que recebeu uma equipe composta por sete pessoas do CEBIMar e do ICMBio/Alcatrazes. A atividade foi um marco importante para o encerramento do primeiro bimestre, ao longo do qual o tema “Oceano” foi trabalhado na escola de forma transversal, ou seja, abordado em diferentes matérias.

Deu branco no cérebro: doença atinge o coral-cérebro Mussismilia hispida no Arquipélago de Alcatrazes

O Brasil possui uma das maiores extensões costeiras do mundo, com mais de 8.000 km de litoral. Nessa vasta extensão, encontram-se diversos ecossistemas marinhos, incluindo os recifes de corais, caracterizados por uma rica diversidade de espécies, abrigando cerca de 25% da biodiversidade marinha! Embora no Brasil existam poucas espécies de corais recifais, com apenas 16 espécies identificadas, a maioria delas é endêmica, ou seja, exclusiva de nossas águas.

Uma bolacha para dois: o papel das bolachas-do-mar na vida amorosa dos caranguejos-ervilha

Em ambientes marinhos, algumas populações de organismos se distribuem de forma desigual, ocupando habitats fragmentados conhecidos como manchas de habitat. Estes locais oferecem recursos essenciais, como comida e abrigo, levando os indivíduos a se agruparem e formarem populações locais. Em uma escala maior, essas populações mantêm uma estrutura consistente ao longo do tempo, graças à dispersão de indivíduos que possibilitam a conexão entre as diversas manchas habitadas. A conexão entre as manchas pode diminuir a competição entre os indivíduos de manchas mais populosas e prevenir que a densidade populacional caia a níveis críticos em populações periféricas.